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  • Foto do escritorFilipe Tasbiat

Quando a poesia invade as páginas

Atualizado: 6 de mar.


A Dobra de Trazimundo, canção em "Abelardo: o bebê monstruoso de Adelaide Estes"

Sempre fui mais da prosa do que do verso, mas, mesmo preferindo me dedicar a escrever romance, a poesia já invadiu minhas páginas

algumas vezes. E, sinceramente, foi muito gostoso amarrar um verso no outro e fabricar rimas.


"Trazimundo" (ou a "Dobra de Trazimundo") foi a mais desafiadora de escrever. Eu estava escrevendo este romance (Abelardo) e a história pedia uma canção antiga – ou uma cantiga? Seria esta a origem da palavra? – longa, difícil, ritmada. Nasceu Trazimundo pra Abelardo nascer. (Aliás, por muito pouco que Abelardo não se chamou Trazimundo, sabiam?)

Não sinto que isso me diminua enquanto escritor. Ao contrário: faz eu sentir que cumpri meu papel de me descolar, de alguma forma, da obra que escorre dos meus dedos para as páginas.

Eis que, recentemente, minha irmã, Laura, ao ler o capítulo no qual esse poeminha aparece, me mandou um áudio no WhatsApp cantarolando alguns versos de Trazimundo pra saber se era "nesse ritmo aí mesmo?" que se cantava. Não era, mas valeu a tentativa. Fato é que essa poesia dentro do romance, especificamente, costuma evocar um mesmo questionamento do meu pequeno e amado grupo de leitores: "Essa música já existia ou foi tu que escreveu?". Quantas vezes eu já ouvi essa pergunta!





Talvez eu devesse ficar chateado com a pergunta, mas a "verdade verdadeira" é que fico todo bobo quando acham que não sou autor das minhas próprias e humildes criações. Não sinto que isso me diminua enquanto escritor. Ao contrário: faz eu sentir que cumpri meu papel de me descolar, de alguma forma, da obra que escorre dos meus dedos para as páginas. E esse é o maior barato de escrever. Acho que mais poesias (ou seriam poemas? Admito, nunca soube diferença!) vão aparecer nos próximos romances. E ficarei muito satisfeito se meus leitores e leitoras, novamente, ficarem em dúvida se fui eu quem os escreveu.

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